sábado, 17 de abril de 2010

COPA DO MUNDO EM 2014 NO BRASIL


Estamos a poucos dias da copa do mundo da África, entretanto, nós brasileiros, inevitavelmente, já pensamos em 2014 quando o evento será sediado no nosso país. Sabemos também que Belém não se apresentará como cidade sede, perdendo a vaga da região norte para Manaus. E de repente você pergunta para o autor desse blog: “Você como paraense ficou chateado por sua cidade ter ficado de fora desse grandioso evento esportivo”? No momento das escolhas das sedes não nego que fiquei um pouco decepcionado, mas o tempo passou e hoje refletindo melhor o sentimento mais adequado que sinto é de alívio. E explico porque: Olhando o noticiário dos jornais brasileiros, notamos o quanto o país é carente nos setores sociais primordiais na vida do cidadão. Saúde o povo não tem, quem freqüenta um hospital público sabe do que estou falando; A Educação é sucateada, basta olhar para nossas escolas públicas, sem a mínima estrutura básica, e para o salário medíocre do professor; Nossa classe política é caracterizada por um intenso grau de corrupção e pelo descaso com a vida da população.
Listados os argumentos acima, pergunto: Como posso concordar que o país gaste bilhões de reais em Estádios, Hóteis, centro de treinamentos, etc, se a maioria do nosso povo vive em situação de miséria? Não me venha com esse papo de que as obras construídas serão herdadas pela população e que as reformas urbanísticas elevarão a qualidade de vida dos brasileiros. Tudo papo furado. O Pan Americano do Rio de Janeiro prova isso. Alguém ai viu alguma melhora? Pelo contrário, vimos uma farra com o nosso dinheiro. Sim, nosso dinheiro, pois essas obras são erguidas com o dinheiro dos nossos impostos.
Portanto, fico feliz que o Pará fique às margens desse evento esportivo. Agora que tal cobrar dos nossos políticos (Governadora e Prefeito) que o dinheiro prometido para a estrutura da copa fosse empregado em novos hospitais, moradias, saneamento, escolas dignas, etc. Sim, pois se o dinheiro ia ser aplicado para receber a copa do mundo, agora que a copa não vem mais, poderia muito bem ser utilizado nos serviços de melhoria de qualidade de vida da população.

terça-feira, 6 de abril de 2010

REPÚBLICA E RELIGIÃO


No último dia 25/03/2010, quinta-feira, aconteceu em Belém, na Catedral Metropolitana, a Cerimônia de Posse Canônica e a missa do 10° arcebispo de Belém Dom Alberto Taveira Corrêa. Na solenidade estavam presentes várias autoridades do Estado: A Governadora do Estado do Pará Ana Júlia Carepa, o Presidente do Tribunal de Justiça do Estado Rômulo Nunes, o Presidente do Tribunal Regional Eleitoral João Maroja, dentre outros.
Agora deixemos um pouco de lado o fato mencionado acima e vamos rememorar de modo bem Positivista nossa Proclamação da República no dia 15 de Novembro de 1889. Já lembraram? Espero que sim, mas de qualquer forma vou ajudá-los. Quando nosso governo Republicano foi instaurado, uma das bandeiras principais do novo regime era a separação do Estado da Igreja. Isso acarretou mudanças importantes na sociedade brasileira dentre as quais destacamos: A secularização dos cemitérios, a laicização do ensino, o casamento civil, dentre outras. Mas o que isso tem haver com a posse da novo líder da Igreja Católica em Belém?
Meus amigos, quero chegar no seguinte ponto: Mesmo com as novas orientações e determinações que o nosso novo regime Republicano defendeu e defende, não é nada fácil retirar a influência de uma Instituição que durante séculos sempre apresentou uma intensa relação com o Brasil como é o caso da Igreja Católica. Segundo a República, o Estado é laico, mas às vezes tal discurso se perde nas ações do próprio Estado e, principalmente, na mentalidade da sociedade. Quem aqui nunca entrou em um órgão público e se deparou com a imagem de um santo católico? Na própria solenidade de posse do novo arcebispo de Belém vocês perceberam quantas autoridades presentes? Alguém aqui já viu tantas autoridades presentes na nomeação de novos líderes de outras religiões?
Esse sentimento arraigado no seio da população e do próprio Estado não se desconstrói do dia para a noite. Mas vivemos em tempos de Diversidades em vários aspectos sociais e a religião não escapa à regra. Se lá em 1889 já se defendia um Estado laico, hoje que vivemos intensamente o discurso do respeito à diferença, à tolerância, e à diversidade, mais do que nunca, é necessário que tal discurso ocorra na prática.