
O título deste post faz parte da resposta de Thomas, baterista da banda restart, quando perguntado sobre aonde o grupo gostaria de se apresentar.
Se fosse há alguns anos atrás, certamente minha resposta a este episódio seria agressiva e potencializada por um regionalismo nortista exacerbado. Entretanto, prefiro substituir esta reação agressiva por uma reação pautada em algumas considerações históricas:É fato que a região norte ainda é representada no pensamento da maioria das pessoas da região sul e sudeste como um lugar de natureza exuberante e até selvagem, com jacarés dividindo espaço com as pessoas nas ruas, e índios, muitos índios em tudo que é parte
(particularmente lamento que não existam mais índios em minha cidade, pois é um povo nobre). Mas não devemos ser rígidos com Thomas (baterista da tal banda) e nem com as pessoas que ainda pensam assim, pois a falta de inteligência desses indivíduos tem suas raízes lá no processo de formação histórica de nosso país.É só lembrarmos que nossa Independência política (o famoso 7 de setembro) provocou reações diversas nas províncias brasileiras. Enquanto Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais se beneficiaram com a separação política de Portugal, outras províncias como o Grão-Pará, Pernambuco e Bahia, por exemplo, viam o fato histórico com olhares não tão positivos para a economia de suas regiões.
O que estou querendo dizer é que, as diferenças regionais do Brasil, não nasceram hoje, mas sim tem origem lá no início de nosso processo de formação histórica.Para finalizar, não quero aqui gerar nenhuma forma de xenofobia para com o sul e sudeste do país ( regiões encantadoras), bem como também sou consciente que existem pessoas (os seguidores deste blog, por exemplo) destas mesmas regiões que não compactuam com a declaração lamentável do baterista da banda. Enfim, por ser um tema delicado, prefiro ficar por aqui.
Apenas uma observação: Quem viu o engajado rock nacional dos anos 80 lamenta que bandas como restart estejam no cenário nacional influenciando a forma de pensar de nossa juventude.