terça-feira, 6 de abril de 2010

REPÚBLICA E RELIGIÃO


No último dia 25/03/2010, quinta-feira, aconteceu em Belém, na Catedral Metropolitana, a Cerimônia de Posse Canônica e a missa do 10° arcebispo de Belém Dom Alberto Taveira Corrêa. Na solenidade estavam presentes várias autoridades do Estado: A Governadora do Estado do Pará Ana Júlia Carepa, o Presidente do Tribunal de Justiça do Estado Rômulo Nunes, o Presidente do Tribunal Regional Eleitoral João Maroja, dentre outros.
Agora deixemos um pouco de lado o fato mencionado acima e vamos rememorar de modo bem Positivista nossa Proclamação da República no dia 15 de Novembro de 1889. Já lembraram? Espero que sim, mas de qualquer forma vou ajudá-los. Quando nosso governo Republicano foi instaurado, uma das bandeiras principais do novo regime era a separação do Estado da Igreja. Isso acarretou mudanças importantes na sociedade brasileira dentre as quais destacamos: A secularização dos cemitérios, a laicização do ensino, o casamento civil, dentre outras. Mas o que isso tem haver com a posse da novo líder da Igreja Católica em Belém?
Meus amigos, quero chegar no seguinte ponto: Mesmo com as novas orientações e determinações que o nosso novo regime Republicano defendeu e defende, não é nada fácil retirar a influência de uma Instituição que durante séculos sempre apresentou uma intensa relação com o Brasil como é o caso da Igreja Católica. Segundo a República, o Estado é laico, mas às vezes tal discurso se perde nas ações do próprio Estado e, principalmente, na mentalidade da sociedade. Quem aqui nunca entrou em um órgão público e se deparou com a imagem de um santo católico? Na própria solenidade de posse do novo arcebispo de Belém vocês perceberam quantas autoridades presentes? Alguém aqui já viu tantas autoridades presentes na nomeação de novos líderes de outras religiões?
Esse sentimento arraigado no seio da população e do próprio Estado não se desconstrói do dia para a noite. Mas vivemos em tempos de Diversidades em vários aspectos sociais e a religião não escapa à regra. Se lá em 1889 já se defendia um Estado laico, hoje que vivemos intensamente o discurso do respeito à diferença, à tolerância, e à diversidade, mais do que nunca, é necessário que tal discurso ocorra na prática.

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