Este blog tem como objetivo compartilhar alguns registros de minha vida acadêmica, principalmente, nas áreas de conhecimento da História, da Educação, e da Cultura de maneira geral.
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
Futebol, Paixão Nacional? Para Graciliano Ramos, Não.
A imagem do Brasil como terra do futebol surgiria só a partir da Copa de 1950, quando a seleção perdeu a final, no Maracanã, para o Uruguai. Na década de 1920, porém, o futebol ainda era uma atividade estrangeira e elitista como o turfe.
Graciliano Ramos, numa crônica em 1921, defendeu que o futebol era uma moda passageira que jamais pegaria no Brasil. Acreditava que o esporte combinava com a personalidade “bronca” do brasileiro. Um trecho da Crônica dizia: “Mas por que o football? Não seria, por ventura, melhor exercitar-se a mocidade em jogos nacionais, sem mescla de estrangeirismo, o murro, o cacete, a faca de ponta, por exemplo? Não é que me repugne a introdução de coisas exóticas entre nós. Mas gosto de indagar se elas serão assimiláveis ou não”. (Milton Pedrosa, Gol de letra: O futebol na Literatura Brasileira, pág.167).
Na mesma crônica, o escritor patriota ainda pediu que os jovens esquecessem o esporte e resgatassem, em nome da cultura brasileira, atividades nacionais que andavam esquecidas, como a queda de braço e a rasteira: “Reabilitem os esportes regionais que aí estão abandonados: o porrete, o cachação, a queda de braço, a corrida a pé, tão útil a um cidadão que se dedica ao arriscado ofício de furtar galinhas, a pega de bois, o salto, a cavalhada e, melhor que tudo, o cambapé, a rasteira. A rasteira! Este, sim, é o esporte nacional por excelência! (Milton Pedrosa, Gol de letra: O futebol na Literatura Brasileira, pág.168).
Hoje, somos considerados o país do futebol, com cinco títulos mundiais e os melhores jogadores do mundo. Então, só resta fazer uma pergunta: Se Graciliano Ramos fosse vivo, o que diria Hoje???
Fonte: Narloch, Leandro. Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil. São Paulo: Leya, 2009.
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Os tempos mudaram e tudo que ele disse foi como um homem de sua época. Acredito que hoje Graciliano Ramos pensaria de forma totalmente diferente.
ResponderExcluirUm grande abraço! :)
É isso ai Prof. Adinalzir. O post só tem o objetivo de estimular nossa curiosidade e imaginação. Um grande abraço!
ResponderExcluirAdorei o seu blog.
ResponderExcluirQualidade, cultura...tudo que nosso povo maravilhoso está precisando.
Abraços
Alessandra
Valeu pelo apoio Alessandra. Agradeço sua visita e volte sempre. Um forte abraço!
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